É com muita felicidade que o Projeto Paraclimbing Brasil anuncia um escalador com deficiência física, é o Flagner de Curitiba! Bem vindo ao time!!
Abaixo segue a historia dele, Flagner vamos aguardar suas fotos e historias!
Kmonnnnnnn!
Meu nome é Flagner Vaz Camargo, nasci em maio de 1979 em São Paulo, mas morei toda minha infância no interior do Paraná. Voltei por mais alguns anos para São Paulo e, aos 18 vim para Curitiba onde moro até hoje.
Sou SysAdmin (Administrador de Sistemas) formado técnico pelo CEFET-PR, me graduei em TI (Tecnologia da Informação) na Faculdade ESEEI e me especializei em Redes e Segurança de Sistemas pela PUC-PR. Hoje trabalho como Administrador de Sistemas no Serviço Federal de Processamento de Dados em Curitiba – PR.
Em 2003 em uma consulta de rotina no oftalmo – já que sou míope – quando entrei no consultório (que estava com luz baixa) tropecei em uma cadeira. O médico, atento, logo deconfiou daquilo e me orientou a fazer alguns exames que identificaram Retinose Pigmentar, uma doença genética que afeta a retina e causa especialmente dificuldades relacionadas a luminosidade (contraste e cores) e redução do campo visual. Naquele momento minhas dificuldades eram poucas, tanto que frequentava bares, shows, etc., com certa frequência. Praticava voley de areia, corria, pedalava – inclusive ia ao CEFET de bike e voltava á noite sem muitas dificuldades.
Recebendo o diagnóstico e estudando sobre a doença tomei um susto inicial muito grande, e acabei me afastando dos esportes e me concentrando nos estudos e trabalho, na ânsia de estar bem profissionalemnte o mais rápido possível, já que pelo diagnóstico eu poderia ficar cego com o tempo e não se poderia precisar nem o prazo para este fato ocorrer.
Com o temo as dificuldades foram aumentado e hoje tenho a visão noturna quase nula – não tenho condições de andar sozinho pela cidade á noite – e meu campo visual é \extremamente reduzido.
Como se não bastasse isso, em 2010 começou um início de Catarata em ambos os meus olhos – reflexo da retinose – e por indicação da minha atual oftalmo passei por um procediemnto cirúrgico que, de brinde, me livrou de quase toda minha miopia e hoje uso óculos somente para o trabalho e leituras.
Em 2004 conheci minha esposa que me apoiou muito esse tempo todo e a quem tenho profunda admiração. Temos uma filha de 1 ano e 3 meses que até o momento só nos trouxe alegrias.
Voltando aos esportes, durante este tempo todo, tentei algumas vezes musculação, mas não tinha a menor paciência para aquela rotina chata, tentei pedalar, mas notei que minhas limitações tornavam o esporte por demais arriscado.
Alguns meses atrás um colega de trabalho me convidou para visitar uma academia de escalada e acabei me interessando pelo esporte. Hoje pratico junto com mais dois colegas mais boulders do que vias, apesar de gostar bastante de ambos e não vejo a hora de encarar uma rocha, o que já está programado para o mês de setembro deste ano em Santa Catarina.
Nas academias em que treino, a maior dificuldade se dá devido a limitação da iluminação artificial, o que dificulta a localização das identificações das agarras, de resto só tenho a elogiar o esporte. Frequento boulders 1 a 2 vezes por semana e vias verticais uma vez por semana.
O que mais me atrai na escalada é a diversidade do dia-a-dia, ou seja, nunca haverá um dia igual ao outro, por mais que tente os mesmos boulders ou vias, sempre se aprende alguma coisa e sempre se ensina alguma coisa. Sempre se conhece gente nova e ideias novas.
Quanto ao projeto paraClimbing Brasil, ainda não lí o suficiente para tomar conhecimento e frmar uma opinião. Porém de cara posso dizer, um projeto que se propôe e integrar deficientes a um esporte e a natureza, por si só já tem mérito de sobra.
Abraços
Flagner CAMARGO
Curitiba – PR